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1981, Adílio, Andrade, Atlético-MG, Cerro Porteño, Cobreloa, Deportivo Cali, Júnior, Jorge Wilstermann, Leandro, Libertadores, Lico, Marinho, Mozer, Nei Dias, Nunes, Olimpia, Raul, Tita, Zico
Na última quarta-feira, 23 de novembro, completou-se 30 anos de um grande passo dado pelo Flamengo para a conquista do mundo. Em Montevidéu, no jogo-desempate, o Rubro-Negro derrotou os chilenos do Cobreloa por 2 a 0, gols de Zico, e levantou a Taça Libertadores da América, troféu o qual apenas Santos e Cruzeiro possuíam no Brasil de então.
Embora o título tenha sido conquistado com todos os méritos por um dos maiores times que o Brasil já pôde ver jogar, também há praticamente 30 anos os rubro-negros leem e ouvem de torcedores de outros clubes todo o tipo de acusações falsas e falácias, repetidas ad nauseam através dos tempos, e que, com isso, ganharam status de “verdades”, ainda que facilmente desmentíveis.
Selecionei aqui dez delas, contestando-as e rebatendo-as detalhadamente, lembrando fatos “esquecidos” convenientemente nas argumentações e provocações dos adversários. Vamos a elas.
Sobre a primeira fase e o torneio de uma forma geral:
1. “Foi a Libertadores ‘mais fácil da história'”.
Primeiro vamos relembrar o regulamento da competição na época. Cada país tinha direito a dois representantes – no caso do Brasil, onde só havia um torneio nacional, participavam o campeão e o vice do Brasileirão. Na primeira fase, os 20 clubes eram divididos em cinco grupos de quatro equipes cada, com os dois de um mesmo país dentro do mesmo grupo.
E é importante reiterar: apenas UMA equipe de cada grupo se classificava para as semifinais – ao contrário do que aconteceu por exemplo, durante a década de 90, quando nada menos que três times de um grupo de quatro seguiam adiante (aí sim era moleza). Em caso de igualdade por pontos ao final da primeira fase, jogava-se uma partida extra em campo neutro. Nenhum outro critério de desempate era considerado para determinar um classificado direto. Saldo de gols, número de vitórias, nada. Empatou em pontos, vamos pro jogo extra. Era coisa de vida ou morte.
Nas semifinais, os cinco campeões de grupo se juntavam ao atual vencedor do torneio e se dividiam em dois triangulares, em ida e volta. De novo, somente o primeiro colocado de cada chave passava à final. Isto posto, vamos aos adversários do Flamengo na primeira fase de 1981. O Atlético-MG dispensa apresentações, além de ser assunto para um próximo tópico. Os outros rivais eram os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño.
Sobre o Olimpia, basta dizer que mantinha a base (sete jogadores) da equipe campeã da Libertadores (em cima do Boca Juniors na Bombonera) e do Mundial Interclubes apenas dois anos antes. Já o Cerro era menos badalado, mas também tinha jogadores conhecidos, como o goleiro Roberto “Gato” Fernández, que seria titular da seleção guarani na Copa de 86 e mais tarde defenderia o Internacional e o Palmeiras. Juntos, Olimpia e Cerro tinham formado a base do time do Paraguai que conquistou a Copa América também em 1979. Definitivamente não era um grupo fácil.
2. “Os argentinos não jogaram o torneio naquele ano”.
3. “Os argentinos escalaram juniores por causa da Guerra das Malvinas”.
4. “Após a Copa de 78, os times argentinos ficaram enfraquecidos ao venderem seus talentos, e o nível da competição caiu”.
Os dois primeiros argumentos não resistem à mínima pesquisa. Basta procurar em sites como o da RSSSF para se constatar que o futebol argentino não só disputou a Libertadores, como foi representado por um gigante, o River Plate, e outro time bastante tradicional, o Rosario Central.
Se o Rosario não tinha tantas estrelas, o mesmo não se pode dizer do River: faziam parte daquela equipe jogadores como Fillol, Tarantini, Passarella, Alonso, Houseman, “Cacho” Heredia, Ramón Díaz, Ortiz e Kempes – todos eles disputaram ou disputariam Copas do Mundo pela seleção argentina, e alguns se sagrariam campeões mundiais em 1978.
No entanto, surpreendentemente, ambos os argentinos foram eliminados na primeira fase do torneio pelo Deportivo Cali, cuja vitória por 2 a 1 sobre o River com todas as suas estrelas em pleno Monumental de Nuñez é lembrada até hoje na Colômbia como um dos grandes feitos do futebol do país.
Portanto, os argentinos jogaram sim a Libertadores e escalaram todos os seus titulares, inclusive as estrelas que formavam a base da seleção. E as Malvinas? Colocar um conflito declarado somente em abril de 1982 como responsável por um “boicote” argentino (que, como vemos, não houve) no torneio de 1981 trata-se da mais pura ignorância e incongruência histórica, pra dizer o mínimo.
Quanto ao suposto enfraquecimento técnico do futebol argentino em termos de clubes após a Copa de 78, basta ver os jogadores com os quais contava o River para se perceber que não era assim. O Boca Juniors, que inclusive veio ao Maracanã enfrentar o Flamengo em amistoso em setembro daquele ano, tinha Maradona, Brindisi e Hugo Gatti, entre outros. Sem falar que o futebol uruguaio vivia um grande momento. Na época, as seleções ainda contavam, em sua maioria, com jogadores atuando em seus próprios certames, diferentemente do que viria depois.
Sobre o jogo de Goiânia:
5. “José Roberto Wright estava comprado pelo Flamengo. A prova disso é que ele viajou no mesmo avião do time”.
6. “José Roberto Wright expulsou cinco atleticanos injustamente”.
Sim, José Roberto Wright viajou no mesmo avião da delegação do Flamengo… e da do Atlético. Os dois times e o trio de arbitragem viajaram juntos, no mesmo o voo para Goiânia (ao lado, nota do Jornal do Brasil do dia da partida, com a confirmação). As duas delegações também se hospedaram no mesmo hotel e, os jogadores atleticanos foram desautorizados por sua diretoria e pelo presidente Elias Kalil (pai do atual mandatário Alexandre Kalil) a ter qualquer contato com os atletas do Fla.
Ainda sobre Wright, árbitro carioca (e notório torcedor do Fluminense) filiado então à Federação Gaúcha, é preciso dizer que sua escalação (bem como a de todo o trio, que incluía Romualdo Arppi Filho e Oscar Scolfaro) foi indicada pelo próprio Atlético, que o considerava – até aquela partida – o melhor do ofício no Brasil.
O árbitro, aliás, já havia apitado o primeiro confronto entre as duas equipes naquela competição, um empate em 2 a 2 no Mineirão. E protagonizou um equívoco sem maiores problemas: encerrou o primeiro tempo aos 41 minutos. Avisado do engano por um dos auxiliares, teve que chamar os times de volta para jogar os quatro minutos restantes.
Quanto ao local da partida, a ser disputada em campo neutro, o Flamengo sugeriu três estádios: o Castelão, em Fortaleza; a Fonte Nova, em Salvador; e o Serra Dourada. E ainda afirmou que aceitaria um sorteio entre Maracanã e Mineirão. Já o Galo preferia o Morumbi (certo de que a rivalidade Rio-São Paulo faria os paulistas “adotarem” o Atlético) e, cinicamente, disse que também não se importaria em jogar no Mineirão. A Confederação Sul-Americana bateu o martelo, e o Serra Dourada, considerado quase unanimemente na época o melhor gramado do país, foi o escolhido.
Começou aí, estranhamente, o esperneio do Galo: Elias Kalil, revoltado com a escolha, disse que era “um jogo de cartas marcadas”. Mais tarde, acusaria a CBF de integrar a “máfia carioca”.
Era o mesmo Atlético que, dois anos antes, simplesmente abandonara o Campeonato Brasileiro em plena disputa por se sentir prejudicado pela tabela de seu grupo (que incluía o rival mineiro Cruzeiro, o gaúcho Internacional e o Goiás) na terceira fase da competição.
Aliás, aqui cabe mais um parêntese: o único caso comprovado de pagamento de um “por fora” nessa história toda veio do Atlético, que, na semana anterior, enviou dois representantes a Assunção para oferecer uma quantia milionária como “mala branca” ao Cerro ou ao Olímpia, para que derrotassem o Flamengo e, assim, evitassem que o rubro-negro alcançasse o Galo em pontos, o que levaria ao jogo extra, como contou o jornalista mineiro Claudio Arreguy em matéria para o Jornal do Brasil no dia 16 de agosto.
Portanto, era esse Atlético, pilhado contra tudo e contra todos, achando-se o “eterno perseguido” – ainda que tentando tramar nos bastidores e exigindo que fosse feita a sua vontade -, o que entrou em campo naquela partida. Aliás, não só os jogadores. Dirigentes e comissão técnica do Galo invadiram o gramado após a expulsão de Éder para, literalmente, tirar o time de campo.
O jogo começou bastante truncado. Nunes fez falta em Éder no meio-campo. Wright veio correndo em sua direção, e botou o dedo na cara do atacante rubro-negro. Depois Leandro escapou de um carrinho por trás de Reinaldo, mas foi parado por Palhinha. Vaguinho entrou de sola em Júnior, e assim seguia o baile. Até que, em um certo momento, como explica Zico:
“Aconteceram duas porradas lá, uma de cada lado, e o Wright chamou a mim e ao Cerezo, os dois capitães.
– Vão lá e falem pros seus times que o primeiro cara que fizer uma falta por trás, eu vou dar cartão vermelho direto. Pode avisar!
Eu nunca vi isso, primeira vez. Reuni o Flamengo e avisei. Mas não deu cinco minutos. Eu peguei uma bola, o Reinaldo veio por trás e me deu uma tesoura. Aí ele vermelhou.”
Foi a senha. Éder, que teria xingado o árbitro, recebeu cartão vermelho e se ajoelhou no gramado, não acreditando. Palhinha e Chicão também foram expulsos por reclamação. Puxado pelo diretor de futebol alvinegro Marcelo Guzela, o banco de reservas do Atlético entrou em campo, e o jogo ficou paralisado por cerca de meia hora.
Wright tentou reiniciar o jogo, mas o goleiro João Leite simulou lesão e caiu no gramado, para interromper novamente a partida. A ideia do camisa 1 era que o Galo, que já havia feito duas substituições, ficasse sem o número suficiente de jogadores em campo, e o jogo fosse suspenso. O juiz percebeu e mandou o arqueiro se levantar. O zagueiro Osmar pegou a bola com as mãos e se negou a devolver. Também foi expulso. E o duelo – ou o teatro – terminou.
Um juiz perdido, um time insuflado e outro assustado. Foi um resumo do jogo de Goiânia. A imprensa de todo o país – exceto a mineira, obviamente – foi unânime em inocentar o Flamengo, centrando fogo em José Roberto Wright. Na Placar, Juca Kfouri levantava a hipótese de o árbitro ter agido em vingança pessoal contra Vaguinho, que, quando ainda defendia o Corinthians, teria agredido o juiz num amistoso com o Fluminense.
Em artigo brilhante publicado na edição de 12 de março de 1982 da mesma Placar, o jornalista e escritor mineiro Roberto Drummond, atleticano histórico, era preciso ao detectar, já no título: “O mal do Galo é cultivar a neurose do Flamengo”. Segundo ele, desde a derrota por 5 a 1 no célebre amistoso de 1979 em que Pelé vestiu a camisa rubro-negra, os atleticanos viviam uma obsessão: dar o troco na mesma moeda.
Vale a pena citar um trecho do artigo que faz menção ao jogo de Goiânia:
“Uma obrigação, por sinal, que só ajuda ao Flamengo, na medida em que os jogadores do Atlético entram em campo carregando um peso mais elevado que as sacas de café que os estivadores de Santos carregavam: a obrigação de liquidar o Flamengo de Zico e Raul. O resultado, vocês sabem: os jogadores do Atlético perdem a cabeça, como Reinaldo perdeu várias vezes, acabam expulsos e acontecem cenas como as do Serra Dourada.”
Curiosamente, não foi a primeira vez naquele ano em que um jogo do Atlético foi encerrado precocemente devido ao descontrole dos mineiros: em 27 de abril, um amistoso contra o Moto Clube em São Luís terminou aos 25 minutos do segundo tempo depois que quatro jogadores atleticanos (um deles, Palhinha) e o então técnico do time, Pepe, foram expulsos pelo árbitro Nacor Arouche. Todos por reclamação. E o Galo tirou o time de campo perdendo por 2 a 0.
Voltando ao jogo de Goiânia, não deixa de ser intrigante observar como uma partida em que não houve qualquer lance de pênalti claro (ou sequer duvidoso) ignorado para o Atlético, nem pênalti inexistente (ou duvidoso) apitado para o Flamengo, assim como nenhum gol legal dos mineiros anulado ou gol irregular validado em favor dos cariocas é referido constantemente – pelos não-rubro-negros, naturalmente – como “o maior roubo da história”.
Afinal, é sempre importante frisar que TODA a controvérsia de arbitragem que envolveu a partida se deu única e exclusivamente por motivos disciplinares somente da parte dos jogadores (e dirigentes) atleticanos.
7. “O Atlético tinha um time muito melhor e golearia o Flamengo se o jogo tivesse continuado”
O Atlético tinha um grande time, isso é inegável. Cinco jogadores (João Leite, Luizinho, Cerezo, Reinaldo e Éder) tinham passagem pela Seleção de Telê, e outros não menos experientes – como Chicão, Palhinha, Osmar Guarnelli e Vaguinho – completavam a equipe. Todo mundo ali evidentemente sabia jogar. Porém, no entanto, às vezes apelava. Basta lembrar de um lance omitido com frequência nas discussões e ocorrido no jogo de ida da decisão do Brasileiro de 1980, entre os mesmos clubes, no Mineirão.
Bola alçada na área do Flamengo, e Palhinha se aproveita do tumulto para desferir uma cotovelada em Rondinelli. O zagueiro vai de encontro à trave e cai, dentro da área. O juiz Romualdo Arppi Filho (bandeira do jogo de Goiânia, lembrem-se) nada marca. Rondinelli deixou o gramado desacordado, com afundamento no malar e fratura na mandíbula (que o levaria a perder parte da audição), e desfalcou o Fla na partida de volta, no Maracanã.
Parêntese fechado, do outro lado havia o Flamengo. Raul, Júnior, Tita, Zico e Nunes já haviam sido chamados por Telê, assim como Vítor, reserva de Andrade. Leandro debutaria na Seleção no mês seguinte. E Adílio seria convocado em março de 1982. Precisa dizer mais?
Se ainda restar dúvida de que os times, no mínimo, se equivaliam (ou seja, ignorando a superioridade rubro-negra, tenha ela a proporção que tiver), vamos aos números. Nos cinco anos anteriores, os confrontos diretos entre eles registraram os seguintes resultados:
Flamengo 2 x 1 Atlético-MG (Camp. Brasileiro, Maracanã, 31/10/76)
Atlético-MG 0 x 2 Flamengo (amistoso, Mineirão, 06/08/78)
Flamengo 5 x 1 Atlético-MG (amistoso, Maracanã, 06/04/79)
Atlético-MG 2 x 1 Flamengo (amistoso, Mineirão, 13/02/80)
Atlético-MG 0 x 1 Flamengo (amistoso, Mineirão, 01/05/80)
Atlético-MG 1 x 0 Flamengo (Camp. Brasileiro, Mineirão, 28/05/80)
Flamengo 3 x 2 Atlético-MG (Camp. Brasileiro, Maracanã, 01/06/80)
Flamengo 2 x 1 Atlético-MG (Camp. Brasileiro, Maracanã, 08/03/81)
Atlético-MG 0 x 0 Flamengo (Camp. Brasileiro, Mineirão, 25/03/81)
Atlético-MG 2 x 2 Flamengo (Taça Libertadores, Mineirão, 03/07/81)
Flamengo 2 x 2 Atlético-MG (Taça Libertadores, Maracanã, 07/08/81)
Ao todo foram 11 jogos, com seis vitórias rubro-negras (duas delas em Belo Horizonte), duas atleticanas (ambas no Mineirão) e três empates. Se na própria capital mineira o retrospecto era bem equilibrado (no Maracanã, a vantagem rubro-negra era uma verdadeira lavada), o que levaria alguém a crer tão veementemente que em Goiânia, campo neutro, o Galo “golearia”? O Atlético poderia vencer sim, da mesma forma que o Flamengo também poderia. Mas daí a decretar taxativamente é algo que foge a qualquer análise neutra.
No jogo de Goiânia, aliás, o empate nos 90 minutos levaria a uma prorrogação. No tempo extra, o Flamengo (disparado o time com melhor saldo de gols do grupo) finalmente teria alguma vantagem: podia jogar por nova igualdade. Ou seja: o time que entrou em campo precisando vencer de qualquer maneira – fosse nos 90 minutos ou numa eventual prorrogação – era o Atlético.
Sobre as semifinais:
8. “Além de não enfrentar argentinos, o Flamengo também não enfrentou uruguaios”.
9. “Novamente, o time teve adversários fracos pela frente”.
Com a classificação confirmada pela Conmebol, o Fla se juntou aos uruguaios Nacional e Peñarol, ao chileno Cobreloa, ao colombiano Deportivo Cali e ao boliviano Jorge Wilstermann. E tentou um acordo: por motivos de proximidade, para evitar uma viagem desgastante e para garantir melhores rendas, os dirigentes rubro-negros admitiam abertamente que preferiam enfrentar a dupla uruguaia, ainda que estes fossem considerados os rivais mais fortes.
Mas o Cobreloa chiou, e exigiu um sorteio. Acabou que a bolinha dos chilenos caiu no mesmo grupo das dos uruguaios. Ao Fla, coube enfrentar colombianos e bolivianos. E quem eram Deportivo Cali e Jorge Wilstermann?
O alviverde colombiano tinha história na competição: fora vice-campeão em 1978, perdendo e decisão para o Boca Juniors, e há dez anos não era derrotado em casa pelo torneio. Naquela Libertadores de 81, cruzou com outros dois argentinos, como citamos antes, e – é sempre bom relembrar – foi o time que eliminou o River Plate, completo, dentro de Buenos Aires. Portanto, o Fla não enfrentou argentinos. Mas enfrentou o carrasco dos “hermanos”, e venceu com autoridade: 1 a 0 na Colômbia e 3 a 0 no Maracanã.
Já o Wilstermann tinha como maior trunfo a altitude de Cochabamba, 2.560 metros acima do nível do mar. Foi o primeiro clube boliviano a passar para a segunda fase na Libertadores, e o fez comandado por um velho rival rubro-negro: Jairzinho. O Furacão, porém, deixou o clube após a primeira fase, mas não escaparia de enfrentar o Fla… só que pelo Botafogo, na goleada rubro-negra de 6 a 0, naquele mesmo semestre, no Campeonato Carioca. Mas antes disso, o Flamengo derrotou os bolivianos por 2 a 1 lá no alto do morro, e por 4 a 1 no Maracanã (sem Raul, Leandro, Mozer e Zico).
Enquanto isso, no outro grupo…
Sobre a decisão:
10. “O Cobreloa era um time inexpressivo, sem tradição”.
Enquanto isso, no outro grupo, o Cobreloa despachava com tranquilidade dois timaços: Nacional (então atual campeão) e Peñarol (que levaria o título no ano seguinte). Aliás, a história do time chileno merece um parágrafo à parte.
Fundado há então apenas quatro anos, o Cobreloa era a sensação do futebol chileno. Subira para a primeira divisão (de onde nunca seria rebaixado) em sua primeira temporada de existência, e já em 1980 era campeão nacional. Bancado por uma mineradora, tinha metade de seu time na seleção chilena, e até alguns estrangeiros, como o uruguaio Siviero, reserva da Celeste. Além disso, jogava em um autêntico alçapão: o estádio Municipal de Calama.
Porém nem precisou do fator campo para chegar à decisão: venceu em Montevidéu o Nacional de Rodolfo Rodríguez (1 a 0) e o Peñarol de Rubén Paz (2 a 1) e voltou ao Chile praticamente classificado, precisando de apenas um ponto. Goleou o Peñarol (4 a 2), empatou com o Nacional (2 a 2) e, assim como o Flamengo, passou invicto à final.
E na final, aconteceu o que todos sabem: o Fla venceu no Maracanã (2 a 1), e perdeu, em clima de guerra, no Estádio Nacional de Santiago (1 a 0): Adílio levou um soco de Mario Soto dentro da área, teve o supercílio aberto e a camisa ensanguentada. O mesmo jogador chileno acertou um golpe em Lico que perfurou a parte superior do olho do meia. Depois, Puebla fez falta em Júnior e pisou no lateral caído.
Tudo sob a complacência da arbitragem, que ainda anulou uma jogada legal do ataque do Fla, quando Tita lançou Zico, que vinha de trás e ficaria cara a cara com o goleiro Wirth, com o placar ainda em 0 x 0. Ramón Barreto, o juiz uruguaio, marcou impedimento. Mas não foi nada. Pra quem tinha sido intimidado até por carabineiros com metralhadoras, mais importante do que o placar, o jogo, era sair dali vivo.
O troco veio no jogo desempate, no Uruguai, naquele 23 de novembro de 1981. Vitória categórica e incontestável do Fla por 2 a 0, dois gols de Zico, em atuação absolutamente antológica.
O título do Flamengo mudou paradigmas. O futebol brasileiro, que vivia de conquistas episódicas no torneio com Santos e Cruzeiro, passou a ambicionar o troféu sul-americano e o do Mundial de Tóquio. Com craques em todas as posições do time, um fora-de-série vestindo a 10, um departamento de futebol extremamente competente e um modelo de gestão organizado, o clube da Gávea traçou uma meta, preparou-se com afinco para ela e obteve sucesso. Os fatos são esses. O resto é história.
O Cobreloa – que chegaria de novo à decisão da competição no ano seguinte, mas perderia para o Peñarol – voltaria a cruzar o caminho dos brasileiros em 1987, ao eliminar o São Paulo de Careca e Müller e o Guarani de Evair e Ricardo Rocha na Libertadores daquele ano. Mas o do Flamengo, nunca mais. Talvez nem queiram. Ficaram traumatizados com o banho de bola.
Ever disse:
Irrefutável, irrevogável, inexorável! Como o Flamengo foi campeão do mundo na época, ou como o Flamengo foi o melhor time do mundo na época, ou como dois e dois são quatro!
Luiz Fellipe disse:
Excelentíssimo artigo que descreve de forma detalhada a trajetória do Flamengo e dos adversários que o seu caminho cruzaram naquele disputadíssimo torneio que se mostrou o de 1981 e que acaba com qualquer tipo de destorção por parte dos ” rivais” dessa que foi uma das maiores conquistas do Rubro Negro em toda sua centenária e vitoriosa história. Tempos de Libertadores em que podíamos contar com celebres jogadores que vestiam a camisa de suas respectivos países sul americanos e faziam deste campeonato o mais disputado torneio interclubes do Mundo em níveis técnicos e condições geográficas, pena não ter presenciado essa época áurea do futebol, pois só nasci em 1995 e hoje se me orgulho de Flamenguista muito se deve á sua história.
Tadeu disse:
Espero que você ainda veja o seu blog! Gostaria de saber se tem reportagens da época reafirmando tudo que disse. Se tem o vídeo dos dois primeiros jogos contra o Atlético Mineiro também. Se tiver, pode enviar para o meu e-mail ou postar em seu blog/site. Aguardo, abração! SRN!
Emmanuel do Valle disse:
Post atualizado com material de época. A fonte primária foi o livro “1981 – O Ano Rubro-Negro”, de Eduardo Monsanto, além de matérias de jornais.
Obrigado e abraço!
SRN!
Mateus Zopellaro da Silva disse:
Achei uma manchete no Google onde Toninho Cerezo foi obrigado a jogar, prova que o Atlético-MG fez borrada, mais ninguém percebeu. Escalar um jogador sem contrato.
Pesquisa lá
A advertência de Reinaldo
Cerezo ainda pode encrencar
Flavio disse:
Jamais foi feita melhor analise sobre qualquer assunto do futebol,inclusive o autor esta de parabens,excelente analise.
tlkftbll disse:
Amigo, parabéns pela clareza e precisão nos fatos. Esse sim é o maior chororo do Fuetebol, o que os Atleticanos sustentam. Essa neurose de querer dizer que o time era melhor que o Fla dá até pena e revela a total incapacidade de analisar futebol por parte dessa gente anti-fla. Nao entendem contextos historicos, nao sabem dos fatos e veem coisa onde nao há.
Nota 10! Abraço!
Emmanuel do Valle disse:
Obrigado a todos. O post está atualizado com material de época.
Abraços!
tlkftbll disse:
Fantástica atualizaçao!! Abracos!!
Pedro Henrique disse:
Amigo, por favor antes de mais nada peço que não exclua meu cometário.
Tenho algumas dúvidas e gostaria que voce me ajudasse a esclarecê-las..
1. Como voce pode dizer com este título ”Mitos e fatos sobre a Libertadores de 81”???
Fato(dicionário Aurélio): ¹algo que foi finalizado e não pode ser mudado e/ou alterado—²Verdade absoluta
Levando em conta que claramente não foi feito um texto jornalístico, e sim um artigo de opinião. Mostrando aspectos vistos dos olhos de uma torcedor do flamengo. Demonstrado em diversos pontos como : ”Se ainda restar dúvida de que os times, no mínimo, se equivaliam..” ”Portanto, era esse Atlético, pilhado contra tudo e contra todos, achando-se o “eterno perseguido”””E o duelo – ou o teatro – terminou.”
2. A censura no regime militar (1964-1985) foi mais que comprovada em tal período ou seja claramente jornais, emissoras de TV, rádios, eram manipulados para melhor atender os anseios dos militares. O que é evidente que retira a veracidade e o comprometimento com a verdade da revista Placar (o que coincidentemente são as 2 e únicas ”fontes”).
3. ”Vão lá e falem pros seus times que o primeiro cara que fizer uma falta por trás, eu vou dar cartão vermelho direto. Pode avisar!” Árbitro José Roberto
Uma pergunta com auto-resposta, é correto tal atitude ? Um juiz no meio de um jogo inventar uma regra a algum esporte ?… A palavro do juiz seria soberana ao esporte?
4. Para pessoas que ainda possuem ”dúvidas” sobre o jogo, assista voce memso, e ai sim tire suas conclusões:
Atlético vs Flamengo (jogo inteiro): https://www.youtube.com/watch?v=fE7ySCKdnMA
Atlético vs Flamengo (lances apenas das expulsões): https://www.youtube.com/watch?v=nVETYCRPwIs
Resumindo, seu artigo de opinião chega aos pontos de ser ridículo e ”escroto”..
É evidente que o flamengo foi SIM! ajudado nesse jogo pelo arbitro, o que até pode ser considerado uns dos jogos mais roubado da ESTÓRIA do futebol brasileiro
Att Pedro
Emmanuel do Valle disse:
Pedro, boa noite.
Não vou apagar seu comentário, apenas responder tentando esclarecer suas dúvidas tópico por tópico. Vamos lá:
1. O título do post “Mitos e fatos”: Correm entre torcedores de outros clubes – inclusive como algo certo, indiscutível – algumas informações que não procedem, não resistem à menor pesquisa (como disse no texto) a respeito da campanha do Flamengo e àquele torneio de um modo geral. Por exemplo, a não participação de times argentinos. Os argentinos participaram. Isso é um fato. E participaram com time completo, o que é outro fato, basta olhar as escalações. O retrospecto dos confrontos entre Flamengo e Atlético nos cinco anos anteriores, favorável ao time carioca, é rigorosamente este que eu listei. Outro fato. Isso tudo é irrefutável. O que procurei aqui foi levantar dados frequentemente “esquecidos” quando se comenta sobre a conquista do Flamengo – porque manipulação é isso: omitir o que não interessa para desqualificar algo ou alguém.
Naturalmente, há uma interpretação destes fatos irrefutáveis feita aqui que diverge frontalmente da linha geral que costumam ter os comentários de torcedores de outros clubes, especialmente atleticanos, a respeito de tudo que cercou a partida e o torneio. Se o blog fosse escrito por um torcedor do Galo, o tom seria outro, o que indica que este varia conforme o gosto do freguês. Neste caso, portanto, admite-se que haja parcialidade de um lado quando igualmente admite-se que há do outro.
2. Sobre censura e manipulação, primeiro vamos lembrar um detalhe: desde meados de 1978 já havia sido abolida a Censura Prévia à imprensa no Brasil, o que retirou das redações a figura do censor, funcionário do regime, responsável pela aprovação ou não de notícias, artigos e demais peças jornalísticas. O ano de 1981 já faz parte de outro contexto, o da abertura política. Aliás, nem mesmo no auge do regime militar o comando do futebol brasileiro escapou de críticas quando estas lhe cabiam, por parte de vários colunistas esportivos nos grandes jornais. Criticava-se inclusive a seleção brasileira. A própria revista Placar, editada em São Paulo, publicou neste período inúmeras matérias em tom bastante crítico sobre os bastidores do esporte no Brasil. Sobre a ditadura, aliás, é bom lembrar que o governador, senador e deputado mineiro (e atleticano) Magalhães Pinto, que dá nome ao estádio do Mineirão, foi homem de grande influência dentro do regime, apoiando de primeira hora o famigerado Ato Institucional Nº5, por exemplo.
3. Sobre a arbitragem: dentro das regras do futebol, os juízes costumam ter seu critério e sua maneira de conduzir uma partida (como certos comentaristas volta e meia lembram que “juiz europeu deixa o jogo correr” etc). Uns aplicam logo os cartões no início do jogo porque acreditam que assim controlarão melhor a disciplina. Outros raramente dão cartões. Uns conversam mais com os jogadores, outros conversam menos. Como disse, cada árbitro tem seu critério. Naquela altura do jogo, muito “pegado”, como se diz, o critério que José Roberto Wright usou foi chamar os dois capitães e advertí-los. Ele não “inventou” regra nenhuma. O Flamengo não estava ganhando o jogo com gol de mão ou em impedimento. Wright não tinha inventado nenhum pênalti para o Fla, ou deixado de marcar outro claro para o Atlético. A única polêmica envolvendo a arbitragem no jogo foi de caráter disciplinar, envolvendo os jogadores do Atlético e a partir da primeira expulsão, exatamente pelo lance o qual o árbitro já avisou que expulsaria antes. Tanto que Wright não declarou o vencedor da partida na súmula, apenas relatou o ocorrido.
Mas gostaria de frisar uma coisa: o Atlético tinha totais condições de ganhar o jogo na bola, mesmo com um jogador a menos (como fez o Flamengo no confronto seguinte entre as duas equipes, em março de 82, pelo Brasileiro: 2 a 1 de virada, após ter um zagueiro expulso ainda no primeiro tempo). O Atlético poderia ter ganhado talvez até com três ou quatro jogadores a menos. O Flamengo ganhou, em condições muito semelhantes, do Real Madrid na Espanha três anos antes (com arbitragem ainda mais prejudicial, pois marcou pênalti inexistente para o Real). Em 1983, o Estudiantes, com sete jogadores em campo, reagiu e empatou em 3 a 3 um jogo contra o Grêmio completo o qual perdia por 3 a 1 faltando 15 minutos. Mas o Galo preferiu “melar” a partida, invadindo o gramado, tirando o time de campo na segunda expulsão (pra depois recuar e voltar) e depois forçando o último vermelho para que o jogo fosse encerrado ali, na tentativa de ganhar nos tribunais. Só que time que fica sem o mínimo de jogadores permitido perde o jogo. Essa regra não foi o Wright que inventou. Mas o Atlético, que desde o começo tentou levar vantagem em tudo no grito, como eu relatei e trouxe matérias da época confirmando, acabou perdendo exatamente onde se achou “malandro”.
Em tempo: o próprio presidente do Atlético, Elias Kalil, em declarações publicadas na época pela Folha de São Paulo após o jogo, disse que o Flamengo não tinha nada a ver com aquilo.
No mais, você tem toda a liberdade de emitir a opinião que desejar sobre o meu artigo “de opinião” – que, mesmo assim, é cuidadosamente fundamentado. De qualquer forma, se tiver alguma prova que o contrarie, em todos os seus tópicos, fique à vontade para apresentar.
Abraços!
leonardo disse:
Olá, um ponto que gostaria de ressaltar é que o Wright errou sim… Verdade, a principio, o flamengo não tem nada a ver com isso, e muitos argumentos são fajutos mesmo. Mas, pra quem assistiu o jogo todo, ao vivo, ou pela internet, como eu fiz, dá pra ver que o Wright estava claramente nervoso. Ao contrário do que você disse (o que PODE colocar todo a sua argumentação em “xeque”) é que a parte nervosa do jogo já havia passado. Na verdade, o jogo já tinha sido muito mais “nervoso” antes, mas naquela altura o jogo estava CONTROLADÍSSIMO, o Wright estava LONGE do lance e já veio correndo com o cartão vermelho em mãos. Daí, os jogadores atleticanos “caíram na pilha do Wrigth”, e Éder o ameaçou dizendo que “ele pagaria muito caro pela expulsão do Reinaldo”, resultado, expulsão CORRETO do Éder, mas isso foi por um erro do Wrigth, ao expulsar o Reinaldo.
O flamengo não tem nada a ver com isso. Mas depois, a partida reiniciada, houve uma falta MUITÍSSIMO pior por parte do jogador rubro-negro, e o Wrigth não mostrou o Vermelho. Não fosse essa atitude do Wrigth, poderíamos dizer que o árbitro incorreu num erro, e depois o atlético estragou o jogo, porém essa “má vontade” do árbitro é que colocou um ponto de interrogação naquele jogo. Tanto, que vale lembrar, que o Wrigth foi vaiado até por flamenguistas presentes no Serra Dourada.
Emmanuel do Valle disse:
Obrigado pelo comentário, Leonardo. Mas, se você reler o texto vai notar que eu em nenhum momento afirmo que o Wright fez a melhor das arbitragens nem que estava plenamente sereno no comando da partida. Lá pelo meio do texto, eu disse: “Um juiz perdido, um time insuflado e outro assustado. Foi um resumo do jogo de Goiânia”. Inclusive um pouco antes, eu cito um lance de falta normal de jogo cometida pelo Nunes, e que o Wright parte furioso pra repreender o atacante do Flamengo com dedo na cara e tudo.
Vale lembrar que toda a polêmica envolvendo arbitragem neste jogo é restrita à parte disciplinar. Do aspecto técnico não houve nenhum lance duvidoso.
Abraço.
Pedro Regis disse:
Sobre a última resposta Leonardo, chamo a atenção para essa parte:
” que a parte nervosa do jogo já havia passado. Na verdade, o jogo já tinha sido muito mais “nervoso” antes, mas naquela altura o jogo estava CONTROLADÍSSIMO ”
Desculpe mas assim como em um assalto a vítima não fica abalada apenas na hora que sofreu a abordagem ( quando chegar sã e salva em casa ela pode continuar afetada ), nada impede que Wright não continuasse nervoso. Na verdade você admite isso logo em seguida quando diz que “o já tinha sido muito mais “nervoso”, ou seja, o jogo estava ” muito menos nervoso ” depois de um tempo. Mas o que isso significa exatamente ? Existe uma escala de nervosismo que poderia indicar quando Wright poderia ter cometido um erro ou não ? Como poderíamos medi-la ? Lembrando que tensão da partida vinha desde antes de a bola rolar nos gramados, e não por causa de um momento ou de outro.
Agora tenho que admitir que não ter dado cartão vermelho para o jogador do Flamengo é no mínimo suspeito, mas não pode ser considerada uma prova definitiva. O grande erro do futebol é que a arbitragem pode ser conduzida de maneira subjetiva, não é anormal arbitro não dar nada em lances duros e dar vermelho em lances bobos, subjetividade que pode acontecer quando o arbitro está nervoso e pré disposto a expulsar. Sim, eu sei que é mais plausível dizer que no fim das contas aquele lance mostra um favorecimento ao Flamengo, contudo ninguém pode ignorar a possibilidade da subjetividade do lance por mais clara que ela seja.
A expulsão “injusta” do Reinaldo ( o qual Emmanuel mostrou que não foi mas você continua insistindo em um erro fantasma ) e falta de cartão vermelho para o jogador do Flamengo naquele lance. Nenhum desses lances justifica os atleticanos”caírem na pilha do Wright “. O Atlético ainda estava com apenas um a menos, e a história do futebol tem inúmeros exemplos de times que deram a volta por cima mesmo sofrendo com cartões vermelhos. E nem ao menos podemos dizer que esses dois lances Wright iria prejudicar na partida como um todo com mais lances injustos, porque a partir da expulsão do Éder as infrações cometidas pelas atleticanos são óbvias violações disciplinares. Não adianta, é fato que o Atlético cavou a própria cova, muito mais que o Wright cavou.
ricardo frança disse:
impressionante como criam historias defamando o fla ,essa do mesmo aviao.e do mesmo hotel é demais ,quanto ao jogo é simples é só olhar no yuo tube ,la fica claro q o fla nao foi ajudado ,1982 nesse ano tb tem o jogo polemico, alias polemico pra quem nao quer ver ,os anti fla dizem q andrade tirou a bola com a mao ,só q na imagem é clara quem tira a bola é raul ,pois na imagem mostra um.braço amarelo tirando a bola ,e quem usava camisa amarela era raul e nao.andrade,,,incrivel mais ate hoje vejo pesoas mal intencionadas dizendo o contrario.
-em 1974 o vasco ganhou o brasileiro.com erro do juiz.
– em 1995 o botafogo ganhou o brasileiro com um gol irregular.
– em 2005 o timao ganhou o brasileiro com erros de arbitragem ,como o penalty nao marcado para o inter ,sem falar nos jg s q foram remarcados .
– em 2009 o flu ganhou 9 dos ultimos dez jgs ,se fosse o fla ate hoje
escutariamos q foi arrumado.
citei só brasileirao ,sao muitos erros ,e o q mais aborrece é ouvir ,guando erram prejudicando o fla pra eles é erro ,mais guando erram a favor do fla ai é roubo ,ha paciencia sejam honestos .
Rafael Rodrigues disse:
É em 82 na final contra o grêmio goleiro do grêmio deu uma COTOVELADA na car do jogadpr do flamengo é não recebeu nem cartão amarelo ,era p ser expulso
ricardo frança disse:
sua resposta para pedro foi simplesmente genial ,,em 2010.ouvi um sao paulino dizendo o fla só ganhou o brasileiro de 2009 pq o gremio escalou reservas para prejudicar o inter ,só q ele esquece de 2 detalhes ,primeiro o jg foi durissimo com o gremio marcando primeiro e o fla ganhando no sufoco ,segundo e mais importante eles esquecem q o sao paulo um ano antes enfrentou o inter q na ocasiao escalou seus reservas para na epoca prejudicar o gremio ,incrivel isso foi um ano antes e ele só lembrava do jg do fla .
D10S disse:
Poderia me esclarecer aonde vc comseguiu essas informações como as matéria de Jornais,principalmente aquela do Claudio Arreguy que fala que o Atlético pagou mala branca?Não estou duvidando da legitimidade das informações mas eu gostaria só de saber a “fonte” e como vc conseguiu
Emmanuel do Valle disse:
A nota foi publicada na edição de 16 de agosto de 81 do Jornal do Brasil, do qual o Arreguy era repórter.
Paulo Raça disse:
Esse ótimo artigo serve bem pra explicar os fatos para aqueles que se mordem de raiva do Flamengo e adoram inventar história. FELIZMENTE eu pude VIVER DIARIAMENTE cada fato histórico da vida do Flamengo e do futebol brasileiro desse período pra saber tudo o que aqui está descrito. Para os antis de sempre só lamento e bom choro. kkk
Marcos Antonio disse:
Kkkk sai daí. Além do roubo em goiânia, temos que levar em consideração que as equipes argentinas dominam a libertadores até hj, com as equipes com os jogadores titulares da época o flamengo que, ñ passaria pelo galo, teria muiiiiiito mais dificildades e talvez nem ganharia.
Mesmo sendo a melhor equipe brasileira que vi jogar não passaria pelo galo.
Tem um lance que o jogador do galo chegaria na cara do gol e foi derrubado próximo da entrada da área e o ladrão, perdão o árbrito marcou a falta e ñ deu o cartão vermelho para o jogador do Flamebgo. Obs. Neste lance o Atlético já estava com 7 jogadores em campo.
Colocar os vídeos e comentários da globo é mole, vai em outros jonais e emissoras que vc vai achar algo que também defendem outras opiniões.
Pedro Lorandes disse:
O proprio wright disse q o unico erro dele no jogo foi esse ,n ter expulsado o jogador do Flamengo
Paulo Pinheiro disse:
As regras sobre expulsar quando a falta é próxima da área, quando é “último homem” variaram muito ao longo do tempo. Naquele tempo o critério pra dar vermelho era a violência mesmo, como no caso da entrada do Reinaldo.
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Romulo Gonçalves Souza disse:
Os jogadores do Atlético que foram expulsos, já tinha amarelo antes? E o que o árbitro tinha que ter feito segundo o regulamento daquela época no torneio caso já tenha um cartão amarelo: dar cartão vermelho, dar outro amarelo para que o jogador deixe de jogar no próximo jogo? Eram quantos cartões amarelos para que o jogador não participe no próximo confronto: 2 ou 3?
Emmanuel do Valle disse:
Dos expulsos, Palhinha e Éder já tinham recebido o amarelo naquele jogo, mas se não me engano, o Wright já puxou o vermelho direto. Na época, para as competições nacionais, uma expulsão implicaria em suspensão automática de um jogo, enquanto três cartões amarelos levariam a julgamento, podendo pegar dois jogos de gancho. Na Libertadores, no entanto, eu não sei qual era o critério.
Paulo Pinheiro disse:
Vale lembrar que não existia o “segundo cartão amarelo” como vemos hoje. Se o jogador já tinha amarelo o segundo era sempre o vermelho.
Júlio César disse:
Parabéns pelo post uma verdadeira aula de história do Futebol, sou flamenguista e não aguentava mais os anti menosprezando o título do Flamengo de 81 sem qualquer fundamento.
Parabéns 👏👏👏👏👏👏
Diogo Souza dos Santos disse:
Tem ainda o vídeo abaixo. No 1:03 o jornalista confirma os dois clubes no mesmo voo.
Danilo disse:
Fotos e estória, mas quem assistiu o jogo discorda de tudo o que foi dito. No youtube tem o jogo e é visível, descarado e grotesco a forma como o Atlético foi operado!!!
Emmanuel do Valle disse:
Eu assisti ao jogo, Danilo. As questões envolvendo arbitragem nesse jogo são – como já disse em outro comentário – exclusivamente de caráter disciplinar. E, sendo assim, pra mim é bastante nítido que a “pilha” colocada pelos dirigentes do Atlético desde antes do jogo acirrou os ânimos dos jogadores do clube – que também já estavam bem longe de ser, digamos, um time de santinhos – e até do próprio Wright.
Jonas disse:
Título mais roubado do mundo flamengo sem ajuda extra campo e um time mais que anão..
Marcos disse:
Jonas, o pior cego é aquele que não quer ver. Quanto ao Flamengo, para você, sempre será mesmo um time anão. Eternamente você falará “ah, não… eles ganharam de novo!”.
Paulo Pinheiro disse:
Time mais invejado do mundo. Se não fosse o prejuízo extra campo seria campeão todo ano.
Xis disse:
Texto brilhante! Parabéns! Saudações rubro-negras!
Diogo Gouveia disse:
Emmanuel você poderia dizer as fontes dos jornais presentes no texto para eu ve-los na integra.
Emmanuel do Valle disse:
É claro, Diogo.
Todas notas de jornal incluídas são do Jornal do Brasil. E as referências são as seguintes:
– “Atlético pagou Cr$ 3 milhões”, 16 de agosto de 1981, pág. 34.
– O trecho sobre a escolha do trio de arbitragem está em “Decisão da Taça é no Serra Dourada”, 19 de agosto de 1981, pág. 24.
– “Campo Neutro” (coluna de José Inácio Werneck), 21 de agosto de 1981, pág. 21.
– “Cerezo aborrecido”, 21 de agosto de 1981, pág. 22.
– “Jogo muito difícil” (coluna de João Saldanha), 2 de outubro de 1981, pág. 24.
max disse:
o bonitão, e a falta do flamengo no jogador do galo que ele não expulsou? o criterio dele só serve pra um time? ele é soberano perante as regras? foi ridicul o que ele fez com o Éder, a falta foi na frente, o eder foi levar a bola, O JUIZ PISOU NA BOLA E TOMOU DO EDER E O PROPRIO JUIZ ENTROU NA FRENTE DO EDER E O EXPULSOU, nao torço pro galo, foi a expulsão mais ridicula que ja vi na vida. independente do que o cara tenha falado antes, o juiz fez de proprosito e isso é mediocre.
Paulo Pinheiro disse:
Você obviamente não conhece Eder Aleixo. Só quem não o conhece atribui aquele esbarrão a um ato acidental
Jailson Tintino disse:
Texto sensacional e realista com verdades que muitos flamenguistas nem sabem. Parebéns aos autores.
Rafael Rodrigues disse:
A versão deles e fácil ne
Rafael Rodrigues disse:
Os times da Argentina jogou sim em 1981 ,eles não consegui se classificar p fase de grupos
Rafael Rodrigues disse:
Galinhas dizendo que foi a mais fácil kkkkkkkkkkkk inveja pq não ganhou kkkkkkkkkkkk
Marcelo disse:
O próprio Wright assumiu que errou ao não dar cartão vermelho para o jogador do Flamengo que assassinou o Fernando Roberto. Mas pelas imagens a gente vê que a falta foi feita e o Wright chega calmamente. Diferente da falta do Reinaldo em que o Wright chega igual a um louco. Na situação que o jogo estava ele jamais poderia ter se comprometido dizendo que botaria o próximo que fizesse falta para fora. Nunca que um juiz vai conseguir zerar as faltas de um jogo na base da ameça. O Wright poderia ter avisado que seria mais rigoroso, mas nunca dizer que vai botar alguém para fora aos 15 minutos do primeiro tempo. A falta do Reinaldo não foi uma falta violenta. Tanto que o Zico se levanta rapidamente, porque queria jogo. Até o Telê Santana, que comentava a partida e era totalmente contra a violência, disse que a falta tinha sido uma falta normal. Era para cartão amarelo. Que foi o que ele deu para o zagueiro do Flamengo. Tivesse deixado o Zico bater a falta rapidamente e amarelado o Reinaldo, com certeza a partida teria outro rumo. Mas após expulsar cinco jogadores na argentina sem muito alarde, ele encontrou naquele Atlético X Flamengo o momento para mais uma expulsão em massa que ficasse marcado na história da Libertadores. E vale lembrar que tempos depois a Conmebol reconheceu que errou ao dar a vitória ao Flamengo naquela partida.
Emmanuel do Valle disse:
Olá, Marcelo. Você tem alguma fonte sobre essas declarações do Wright e da Conmebol, nas quais os dois se dizem arrependidos? É curioso que a Conmebol tenha “reconhecido o erro”, já que era um expediente padrão da confederação dar a vitória ao adversário no caso de um time terminar com menos de sete jogadores, o que foi o caso. Tanto que, depois da partida, o presidente atleticano Elias Kalil já se mostrava resignado, prevendo que a entidade simplesmente aplicaria o regulamento para o caso, como fez (e como já tinha acontecido com o Atlético em 1972 contra o Olimpia, pelo mesmo motivo).
É cabível afirmar que o Wright perdeu o controle do jogo. Logo no começo da partida, ele bota o dedo na cara do Nunes. Mas esse descontrole não foi à toa: aquele time do Atlético – de Palhinha, de Chicão e de Fernando Roberto (jogador com a reputação de “atacante que batia em zagueiro”) – não era santo, e apitar jogo dele era terrível. Era um time catimbeiro, que desestabilizava os adversários e a arbitragem. No início daquele mesmo ano de 1981, houve um amistoso contra o Moto Clube em São Luís que também foi encerrado abruptamente e da mesma forma: o time mineiro, perdendo por 2 a 0, tirou o time de campo depois de ter vários jogadores expulsos em circunstâncias semelhantes. E, no fim das contas, toda a polêmica quanto à arbitragem do jogo de Goiânia se limita a questões disciplinares, o que é compreensível nesse cenário.
Por fim, quanto ao Telê, vale lembrar que, em 1987, quando ele era o técnico do Atlético na semifinal da Copa União contra o mesmo Flamengo, ele também tachou de “falta normal” a voadora criminosa do lateral Paulo Roberto no Zico, que só não provocou lesão mais séria porque o camisa 10 rubro-negro percebeu de relance e pulou um pouco antes. Na ocasião, o treinador chegou a ser repreendido no seu comentário por um fã incondicional, o jornalista Juca Kfouri.
Paulo Pinheiro disse:
Esse lance do Paulo Roberto no Zico em 87 me enoja até hoje. O que faz um profissional atingir um colega daquela forma?
O Atlético-MG é isso aí: um time sujo, violento e dissimulado que chama de ladrão o juiz que não deixar eles apitarem a partida.
É assim até hoje. Basta ver o episódio do Rodrigo Caetano ameaçando os profissionais na sala do VAR, como consta na súmula da partida.
J. J. Cruz disse:
Podem chorar agora 😂. Aqui. É Flamengo porra!
Álvaro Luís disse:
Finalizou bem JJ, chorem comédias da arco-íris invejosa!!!
Álvaro Luís disse:
E isso tudo sem dizer que enquanto o maior ídolo de um lado é um grande ser humano que ensinou a arte do futebol ao Oriente e do outro lado, o ídolo (Reinaldo) tinha, se é que ainda não tem, grave problema com uso de cocaína, gerando problemas extra campo (fato que não tenho como provar) assim como Zico grande pai e chefe de família sempre equilibrado e responsável (fato que também não tenho como provar, mas basta buscar um pouquinho mais sobre os dois).
Pedro Guilherme disse:
Artigo perfeito! Obrigado pelas informações
Renato Freire disse:
Melhor texto sobre a campanha do Flamengo na Libertadores de 1981 escrito até hoje. Especialmente, claro, a parte sobre o Flamengo x Atlético-MG de Goiânia. Os torcedores do Atlético-MG reclamam, mas é inacreditável como até hoje nenhuma das milhares de reportagens já publicadas ou veiculadas na TV sobre o tema levantaram as informações sobre o voo com todo mundo junto, a mala branca, a indicação do árbitro, a escolha do estádio e a advertência final aos jogadores das duas equipes minutos antes da falta do Reinaldo no Zico. Uma postura preguiçosa que, via de regra, se limita a aceitar e reproduzir o chororô cínico e canalha dos mineiros. De vez em quando vão um pouquinho além – mas só um pouquinho. E olha que estamos em 2019. Parabéns ao autor do texto, que mostrou e citou as fontes que derrubam a versão predominante. Contra fatos, não há argumentos – apenas a cegueira crônica dos fanáticos e ressentidos. Abraços.